Papa envia ao mundo mais de um milhão de jovens missionários

Bento XVI convidou mais de um milhão de jovens, que participaram da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a converter-se em missionários de Cristo em suas cidades de origem.

Ao concluir a Missa, antes do meio-dia deste domingo, o Pontífice se despediu dos jovens que, em sua maioria, haviam passado a noite na esplanada de Cuatro Vientos, deixando-lhes um conselho que já lhes havia preparado antes de sair de Roma.

“Agora ides regressar aos vossos lugares de residência habitual. Os vossos amigos vão querer saber o que é que mudou em vós depois de vos terdes encontrado nesta nobre cidade com o Papa e centenas de milhares de jovens do mundo inteiro: Que ireis dizer-lhes?”, perguntou.

Sua proposta foi a de dar “um testemunho destemido de vida cristã diante dos outros. Assim sereis fermento de novos cristãos e fareis com que a Igreja se levante robusta no coração de muitos”.

Dando lugar às confidências, acrescentou: “Nestes dias, quanto pensei naqueles jovens que aguardam o vosso regresso! Transmiti-lhes a minha estima, particularmente aos mais desfavorecidos, e também às vossas famílias e às comunidades de vida cristã a que pertenceis”.

Não ter medo de ser católicos

Em suas saudações finais em francês, foi muito claro diante dos jovens: “Não tenhais medo de ser católicos e dar sempre testemunho disso mesmo ao vosso redor com simplicidade e sinceridade”.

Aos jovens conterrâneos e aos que falavam seu idioma, disse-lhes em alemão: “Afé não é uma teoria. Crer significa entrar numa relação pessoal com Jesus e viver a amizade com Ele em comunhão com os demais, na comunidade da Igreja. Confiai a Cristo a vossa vida e ajudai os vossos amigos a alcançar a fonte da vida, Deus”.

E, para que a JMJ não seja somente um evento de poucos dias, também se dirigiu aos bispos e sacerdotes presentes, para agradecer-lhes pelos esforços que fizeram para acompanhar os grupos de jovens e incentivá-los “acontinuar cultivando a pastoral juvenil com entusiasmo e dedicação”.

Papa convida jovens a amar a Igreja


Não cedam à tentação de seguir Jesus sozinhos, diz




domingo, 21 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – Não se pode viver a fé sozinho, disse o Papa Bento XVI aos jovens reunidos na base aérea de Cuatro Vientos, durante a homilia da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude de Madri.

O Papa chegou a Cuatro Vientos às 9h15 deste domingo, no papamóvel, percorrendo a via central do aeroporto e passando entre os jovens, um percurso que o pontífice não pôde realizar ontem à noite, pois as vias estavam repletas de peregrinos.

Bento XVI pôde saudar então 1,5 milhão de jovens – segundo dados confirmados pela Polícia Nacional – que passaram a noite na explanada. O primeiro pensamento do Papa foi para eles: “Pensei muito em vós, nestas horas em que não foi possível ver-nos. Espero que tenhais podido dormir um pouco, apesar dos rigores do clima”.

Acompanhado pelos Reis da Espanha, o Papa foi até o altar para presidir à celebração eucarística, na qual também teve lugar a celebração de envio dos jovens para evangelizar os seus amigos no mundo inteiro.

O Papa, como fez em seu discurso na cerimônia de abertura da Jornada Mundial da Juventude, na Praça de Cibeles, alertou o público contra o perigo do individualismo, como um dos desafios mais importantes que os jovens têm de enfrentar.

“Seguir Jesus na fé é caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Não se pode, sozinho, seguir Jesus. Quem cede à tentação de seguir ‘por conta sua’ ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele”, afirmou.

O Papa os advertiu contra a tentação de “viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade”, pois assim se “corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele”.

“Ter fé é apoiar-se na fé dos teus irmãos, e fazer com que a tua fé sirva também de apoio para a fé de outros.”

Por isso, Bento XVI pediu-lhes que “ameis a Igreja, que vos gerou na fé, que vos ajudou a conhecer melhor Cristo, que vos fez descobrir a beleza do Seu amor. Para o crescimento da vossa amizade com Cristo é fundamental reconhecer a importância da vossa feliz inserção nas paróquias, comunidades e movimentos, bem como a participação na Eucaristia de cada domingo, a recepção frequente do sacramento do perdão e o cultivo da oração e a meditação da Palavra de Deus”.

“Desta amizade com Jesus, nascerá também o impulso que leva a dar testemunho da fé nos mais diversos ambientes, incluindo nos lugares onde prevalece a rejeição ou a indiferença. É impossível encontrar Cristo, e não O dar a conhecer aos outros.”

O mundo – sublinhou – “necessita do testemunho da vossa fé; necessita, sem dúvida, de Deus”.

“Penso que a vossa presença aqui, jovens vindos dos cinco continentes, é uma prova maravilhosa da fecundidade do mandato de Cristo à Igreja: ‘Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura’”.

“Incumbe sobre vós também a tarefa extraordinária de ser discípulos e missionários de Cristo noutras terras e países onde há multidões de jovens que aspiram a coisas maiores e, vislumbrando em seus corações a possibilidade de valores mais autênticos, não se deixam seduzir pelas falsas promessas dum estilo de vida sem Deus”, disse.

Cerca de 200.000 jovens que ontem não puderam entrar no recinto, acompanharam a Missa do lado de fora e não precisaram seguir até o Estádio Vicente Calderón.

Um dos problemas ocorridos na tempestade de sábado à noite foi a queda de uma das 17 tendas preparadas para a adoração noturna dos jovens e como lugares de distribuição da eucaristia na Missa de hoje.

12 tendas foram interditadas pela polícia, como medida de segurança após os fortes ventos.

Este incidente fez com que a organização da JMJ decidisse anunciar a suspensão da distribuição da eucaristia aos participantes da JMJ que não se encontravam nas proximidades do altar.

O coordenador da JMJ, Yago De la Cierva, explicou que este foi o incidente “mais doloroso” da JMJ.

Com a interdição das tendas pela polícia, ficou impossível tirar os paramentos litúrgicos e as hóstias sem consagrar que ali estavam guardados, o que levou os organizadores a terem de cancelar a distribuição da Comunhão.

(Inma Álvarez)